Mordida de Cachorro
Qualquer cão pode morder. Mesmo o mais fofinho e mais simpático dos filhotes pode morder quando provocado. A maioria das pessoas é mordida por seu próprio cão ou de algum conhecido. A maioria das mordeduras de cão ocorre em crianças menores de 5 anos, pois elas ainda são desajeitadas e não têm noção do perigo. Muitas vezes, o cão só está se protegendo.
Embora a imprensa e os rumores deem, frequentemente, a impressão de que determinadas raças de cães são mais propensas a morder, há pouca evidência científica para apoiar essas alegações.
Mordida por cachorro é um evento frequente: nos Estados Unidos, são registrados cerca de 800 mil casos por ano.
Óbitos e internações são raros, mas podem acontecer, sendo a prevenção a melhor maneira de enfrentar o problema.
Quem pode ser mordido?
O número registrado de ferimentos por mordida de cão é significativamente maior nas crianças do que nos adultos. Os prestadores de serviços, como carteiros e leituristas, também estão no topo da lista das vítimas de mordida de cão.
Atenção: nunca deixe um bebê ou a criança sozinha com um cachorro!
O que o dono de um cachorro que fazer?
Selecione, cuidadosamente, seu animal de estimação. Não compre um filhote por impulso. Antes e após a seleção, consulte um veterinário, pois é a melhor fonte de informação sobre saúde, comportamento e adequação do animal.
Faça com que seu animal de estimação seja socializado quando filhote, para que se sinta à vontade perto de pessoas e outros animais. Aos poucos, exponha seu cachorro para uma variedade de situações em circunstâncias controladas – até que se torne adulto. Não coloque seu cão em uma posição na qual se sinta ameaçado ou provocado.
Mantenha seu cão saudável. Vacine seu cão contra a raiva e doenças infecciosas evitáveis.
Parasitas são comuns em animais, portanto, siga as instruções do veterinário para o controle e para ter cuidados de saúde gerais, que são importantes. Como seu cão se sente afeta, diretamente, o modo como se comporta.
Faça caminhadas com seu cão regularmente, para que ele se exercite e se mantenha física e mentalmente saudável.
Esteja alerta. Conheça seu cão. Esteja alerta para sinais de doença. Também preste atenção aos sinais, se seu cão está desconfortável ou se comportando de forma agressiva.
Castração de seu animal de estimação. A ciência disponível sugere que cães castrados podem ser menos agressivos.
Como minha família e eu podemos evitar sermos mordidos?
Seja cauteloso ao redor de cães estranhos e trate seu animal de estimação com respeito. Porque as crianças são as vítimas mais comuns das mordeduras de cães, pais e responsáveis devem:
- Nunca deixe um bebê ou criança pequena sozinha com um cachorro.
- Estar alertas para situações potencialmente perigosas.
- Ensinar as crianças a ter cuidado com animais de estimação.
- Ensinar as crianças a não abordarem cães estranhos ou provocar cães, evitando chegar perto de cercas.
- Ensinar as crianças a pedir permissão ao proprietário do cão antes de acariciar o cachorro.
Outras dicas que podem impedir ou parar um ataque do cão:
- Não correr perto de um cão. Os cães, naturalmente, adoram perseguir e pegar as coisas. Não lhes dê uma razão para ficar estimulado e/ou agressivo.
- Nunca perturbar um cão que está cuidando dos filhotes, dormindo ou comendo.
- Nunca chegar perto de um muro ou cerca que tenha um cão, pois ele pode querer proteger seu território e interpretar sua ação como uma ameaça.
- Ficar parado, se um cão se aproximar para cheirar você. Na maioria dos casos, o cachorro vai embora quando determina que não existe uma ameaça. Se você se sentir ameaçado por um cão, mantenha a calma. Não grite ou corra. Tente permanecer imóvel até que o cão saia, ou se afaste lentamente, até que o cão esteja fora de vista. Nunca se vire de costas para o cão e corra.
O que devo fazer se meu cão morder alguém?
Mesmo que a mordida possa ser explicada (por exemplo, alguém pisou no rabo do seu cão), é importante assumir a responsabilidade pelas ações do dele, e tomar as seguintes medidas:
- Contenha o cão imediatamente. Separe-o do local do ataque e confine-o.
- Verifique a condição da vítima. Lave as feridas com água e sabão. Danos invisíveis podem ocorrer com mordidas, que podem levar a complicações.
- Procure o aconselhamento de um profissional médico, para avaliar as mordidas e o risco de raiva ou outras infecções.
- Forneça informações importantes, incluindo seu nome, endereço e dados sobre a vacinação mais recente de seu cão contra a raiva. Se seu cão não tem vacinação antirrábica em curso, pode ser necessário quarentena ou mesmo sacrificá-lo. A pessoa mordida pode necessitar submeter-se a profilaxia pós-exposição.
- Cumpra com as leis locais a respeito do relato de mordidas de cão.
- Consulte seu veterinário para se aconselhar sobre o comportamento do cão. Isso ajudará a evitar problemas similares no futuro.
Conduta frente à mordedura
Limpeza do local com água e sabão e desinfecção com álcool ou soluções iodadas, imediatamente após a agressão.
Quando o animal agressor for cão ou gato, deve-se observá-lo durante 10 dias, para identificar qualquer sintoma sugestivo de raiva; se possível, o animal suspeito deve ser sacrificado e sua cabeça ou seu cérebro deve ser enviado para o Instituto Pasteur, em gelo, para o exame laboratorial.
Verifique a situação vacinal em relação à pessoa (criança ou não) que recebeu a mordida. Crianças devem ter tomado as doses correspondentes para a idade e adultos devem ter tomado, pelo menos, há 10 anos. Em caso de dúvida, consulte o médico.
Procure orientação médica nos postos de atendimento.
Na capital de São Paulo: Instituto Pasteur (www.pasteur.saude.sp.gov.br/informacoes) ou prontos-socorros
No interior: centros de saúde ou prontos-socorros
Em caso de dúvida, consulte um médico e/ou veterinário ou entre em contato com:
Pronto Socorro Infantil Sabará
Av. Angélica, 1.987 – Higienópolis – São Paulo, SP
Telefone: (11) 3155-2800
Instituto Pasteur
PABX: (11) 3145-3145
Avenida Paulista, 393 – Cerqueira César – São Paulo, SP
Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: Revista Pediatria SP
Mordedura de cão na infância e adolescência
C.B. de Godoy
Silvia M. de Andrade
Site do Instituto Pasteur