Enfermeiro viaja à Amazônia para trabalho voluntário - Hospital Sabará
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Enfermeiro viaja à Amazônia para trabalho voluntário
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Enfermeiro viaja à Amazônia para trabalho voluntário

Foram 12 dias de viagem, com trajetos de barco que levaram mais de 30 horas. O calor de 40 graus e o desconforto de dormir em rede por 10 dias não abalaram Cleber Preusse, enfermeiro do Sabará e Supervisor do Pronto-Socorro e do Centro de Diagnóstico, que utilizou suas férias para participar do Projeto Salva-Vidas Amazônia.

A falta de recursos não abalou a equipe de 22 voluntários que se reuniram nessa missão. Na falta de maca, fez-se uma mesa, juntando carteiras escolares. Na ausência de sala, fazia-se a triagem dos pacientes na sombra de uma árvore. O espírito de improviso acompanhou a turma, sempre focada em ajudar o próximo. O objetivo era levar cuidados, medicamentos e informação às comunidades ribeirinhas da Amazônia.

Ao longo desses dias, Cleber e seu grupo passaram por seis comunidades do município de Barreirinha (AM). Nenhuma delas têm farmácia, hospital ou médicos. A cidade mais próxima, com infraestrutura hospitalar, fica de 6 a 8 horas de distância de barco. “Nas comunidades geralmente só tem um agente comunitário de saúde. Quando eles têm alguma necessidade de saúde, o agente comunitário é responsável por chamar um barco, que eles chamam de ‘Ambulancha'”, conta Cleber.

A atuação do atendimento médico e odontológico é com foco na prevenção de doenças. “É difícil estabelecer tratamentos porque não dá para fazer diagnóstico, não há exames”, explica Cleber.

O trabalho é dividido em atendimento médico/odontológico, sanitarismo e evangelismo (o projeto é uma iniciativa da Igreja Adventista). Cleber participou dos atendimentos médicos e do sanitarismo, realizando atividades como: avaliar pacientes, fazer curativos (e ensinar a fazer curativos), dar orientações sobre como preparar os alimentos, além de cuidados pessoais, saúde bucal e distribuição de itens de higiene e medicamentos.

Todos os dias à noite, a equipe de voluntários fazia palestras na comunidade, com temas como gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis, exercícios físicos, cuidados com a alimentação.

“Todas as famílias têm um número muito grande de crianças, a maioria em torno de 5 a 7 filhos. E a taxa de abandono escolar é muito alta. Com 10 anos, eles já estão trabalhando, com 16 já constituem família”, conta Cleber.

 

Vontade de fazer o bem

Cleber não é da Igreja responsável pelo projeto e conheceu a proposta pesquisando na Internet. Ele nunca havia feito um trabalho parecido antes. “Eu estava de férias no mês de setembro e estava procurando uma viagem para fazer. Todas as viagens que eu estava planejando custavam mais do que eu queria gastar. A gente sempre procura gastar mais, fazer mais… Eu reclamava por não conseguir fazer o que eu queria. Ao mesmo tempo, comecei a refletir: tem tantas coisas que já alcancei. Eu só tenho a agradecer. Resolvi fazer algo para agradecer tudo o que eu já consegui”, conta Cleber.

Algumas semanas depois da inscrição no projeto, Cleber participou de um projeto do Hospital chamado Viagem Fantástica, onde funcionários do Sabará ajudaram a revitalizar praças no extremo leste de São Paulo. “Me deu mais força ainda para querer ir ao Projeto Salva-Vidas”, conta.

 

Próxima vez

O projeto acontece mais ou menos a cada dois meses, mas em diferentes comunidades. Segundo Cleber, cada comunidade da região recebe os voluntários cerca de duas vezes por ano. “Numa delas, que tem 120 habitantes, fazia mais de 6 meses que ninguém passava por lá. Eles ficam muito isolados, não têm assistência constante”, conta Cleber.

O enfermeiro gostou tanto da experiência que pretende ir de novo, com recursos próprios, no ano que vem. Se ele voltou diferente? “Sim, principalmente nessa questão de querer ajudar mais. Já me propus a ajudar em outros dois projetos”, diz Cleber.

Publicado em outubro de 2017

Tags: trabalho social, enfermeiro, social, enfermagem, voluntario

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