Cardiopatia Congênita
A incidência das cardiopatias congênitas é de 8 a 10 por 1.000 nascidos vivos. Portanto, apesar de rara, há muitas crianças com esse tipo de problema.
Dados do Ministério da Saúde mostram uma natalidade de 3 milhões de nascidos vivos por ano no Brasil. Portanto, levando-se em conta a incidência prevista, cerca de 24 mil crianças com cardiopatias congênitas nascem por ano. Como 20% delas não terão indicação de tratamento cirúrgico, aproximadamente 19 mil novas crianças necessitariam de cirurgia para tratamento de cardiopatia congênita por ano no Brasil, não se considerando aquelas crianças que necessitarão de intervenções cirúrgicas múltiplas durante a vida. Além disso, crianças podem ser acometidas de doenças infecciosas, imunológicas ou oncológicas que necessitem tratamento cirúrgico. A necessidade média de cirurgia cardiovascular em crianças no Brasil é da ordem de 23 mil procedimentos/ano, fazendo parte desta estimativa, além dos novos nascimentos com cardiopatia congênita, os casos de reintervenções.
Apesar do avanço tecnológico, ainda vemos o estranhamento das pessoas ao notarem uma cicatriz no tórax de uma criança. Ainda percebemos a feição das pessoas, não acreditando que seja possível um bebê resistir a uma, duas, três, várias cirurgias no coração. E, mais triste ainda, muitas crianças cardiopatas não conseguem o tratamento adequado em tempo hábil. Muitas outras falecem antes do diagnóstico.
O que é cardiopatia congênita?
- Cardiopatia congênita é qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração que surge nas primeiras 8 semanas de gestação, quando se forma o coração do bebê. Ocorre por uma alteração no desenvolvimento embrionário da estrutura cardíaca. Uma a cada 100 crianças nascidas vivas tem algum defeito no coração, porém, em algumas crianças, isso só é descoberto anos mais tarde. É o defeito congênito mais comum.
- A evolução é muito variável. Existem doenças que não alteram tempo ou qualidade de vida, mas há doenças nas quais é impossível a vida extraútero. Entre esses extremos há uma infinidade de apresentações clínicas possíveis e diferentes perspectivas de vida.
- O diagnóstico precoce, durante a gravidez, é importante para o planejamento do parto e pode salvar a vida do bebê naquelas cardiopatias mais complexas.
- A falta de informação e de estrutura adequada é o maior entrave no atendimento aos portadores de cardiopatia congênita.
- A mortalidade decorrente das cardiopatias congênitas seria drasticamente reduzida se todos os cuidados pré e pós-natais fossem devidamente instituídos.
No Brasil, existem médicos experientes e especialistas nas mais diversas técnicas cirúrgicas, além de hospitais especializados em cirurgia cardíaca infantil, entre os quais se insere o Hospital Infantil Sabará, que conta com profissionais e equipamentos para cuidar dessas crianças e de seus familiares.
Há chances reais de cura e correções para os mais complexos defeitos nas estruturas do coração. O que não tínhamos até pouco tempo era um trabalho de conscientização sobre o tema que envolve a cardiopatia congênita.
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