Pouco falados, sintomas gastrointestinais pós-covid merecem atenção - Hospital Sabará
Pouco falados, sintomas gastrointestinais pós-covid merecem atenção
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Pouco falados, sintomas gastrointestinais pós-covid merecem atenção

Além dos sintomas clássicos como febre, tosse, cansaço e perda de paladar e olfato, a covid-19 afeta vários sistemas do organismo, entre eles o gastrointestinal. Assunto pouco falado durante os dois anos de pandemia, os danos ao sistema gastrointestinal em pacientes pediátricos são perigosos, especialmente quando as crianças sofrem desidratação grave e não conseguem relatar que estão com dor ou desconforto.

De acordo com a Dra. Julia Carvalho Seabra, pediatra intensivista do ambulatório pós-covid para crianças e adolescentes no Sabará Hospital Infantil, a pandemia mostrou que o poder do vírus vai muito além de sintomas respiratórios. “Tivemos aqui no Sabará muitos casos com sintomas gastrointestinais como dor abdominal, diarreia, vômitos e náuseas. Dor abdominal foi a questão mais frequente, tanto em pacientes internados quanto em casos atendidos no Pronto-Socorro. Em alguns casos que observei, a dor foi tão intensa que parecia um possível quadro de apendicite”, destaca a médica.

A persistência de sintomas no sistema gastrointestinal é sempre motivo urgente para levar a criança ao Pronto-Socorro, especialmente quando houver sintomas graves de desidratação. “As famílias precisam tomar cuidado com diarreias e vômitos. Quando a criança está perdendo água em demasia, ela fica prostrada, pálida e sem ânimo. A dor abdominal também exige consulta médica, já que, embora possa ser controlada por medicamentos, esses não devem ser tomados sem orientação. É essencial que a criança faça um exame de imagem para entender se estamos falando de inflamação associada à covid ou um caso de apendicite”, explica a pediatra.

Sabará cria ambulatório para monitorar os casos de covid longa

Com a vacinação em massa e o início da imunização das crianças, o agravamento dos casos de covid-19 é cada vez mais raro, mas está longe de ser um passado distante no cenário imunológico do país. De acordo com informações do Ministério da Saúde, o Brasil soma 1.449 mortes de meninos e meninas de até 11 anos em decorrência da covid-19, além de mais de 2.400 casos da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica, associada ao vírus. A covid está entre as dez principais causas de morte de crianças entre cinco e 11 anos no Brasil.

Especialmente enquanto a vacina contra o Coronavírus não se torna parte do calendário anual de vacinação, é importante que famílias e profissionais continuem atentos para lesões decorrentes da infecção. Chamada de covid longa, essa condição apresenta manifestações clínicas novas, recorrentes ou persistentes, presentes três semanas após a infecção inicial pelo vírus.

“O Sabará criou um ambulatório para acompanhar crianças com covid longa, que permanecem com sintomas após três semanas do início do quadro, que são acompanhados para serem tratados de forma multidisciplinar. Também acompanhamos os pacientes que não tiveram nenhum sintoma grave ou persistente, já que hoje sabemos que a covid longa pode aparecer muito depois de forma sutil, insidiosa. Com o acompanhamento a longo prazo, conseguimos discernir e cuidar desses sintomas”, explica a médica.

 

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