Tosse - Hospital Sabará
 
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Tosse

A tosse é um mecanismo de defesa da árvore brônquica, que impede a entrada de substâncias nocivas, de corpos estranhos e de alimentos e auxilia a expelir e remover as secreções e os detritos nela acumulados.

A tosse aguda em crianças é a que tem duração inferior a quatro semanas.

A causa mais comum são as infecções agudas das vias aéreas superiores, com frequência de etiologia viral e, portanto, de evolução autolimitada. Seguem-se as complicações destas, como rinossinusites bacterianas e as exarcebações das doenças crônicas pré-existentes, como rinite alérgica e asma.

Em cerca de 10% dos casos, a tosse aguda pode estar relacionada a doenças mais graves e que necessitam de terapêutica específica e/ou imediata.

É considerada tosse crônica a que tem duração superior a 4 a 8 semanas.

O diagnóstico é clínico e sempre baseado na história e no exame físico.

Nos quadros de tosse aguda, a presença de sinais de alerta impõe a necessidade de diagnóstico imediato, geralmente com complementação por radiografia de tórax.

Nos casos de tosse crônica, a presença de indicadores de tosse específica, a radiografia de tórax e a espirometria orientam a exploração.

Com o tratamento, as tosses que acompanham as infecções de vias aéreas superiores desaparecem espontaneamente em 50% das crianças em até 10 dias e em 90% dos pacientes em até 25 dias após o início do quadro.

O tratamento da tosse aguda ou crônica é direcionado ao controle da doença de base desencadeante da tosse e não visa o simples controle do sintoma.

Tratamento não medicamentoso é indicado na maioria dos casos e inclui:

  • Afastar agentes irritantes e/ou alérgenos.
  • Limpeza e desobstrução das vias aéreas superiores.
  • Hidratação das secreções.
  • Fisioterapia respiratória.
  • Mel ou substâncias doces podem produzir melhora da tosse noturna.

Tratamento medicamentoso
Estão, de modo geral, contraindicadas as drogas que visam apenas ao controle da tosse, exceto quando se optou por testes terapêuticos – nessas situações, por curto período de tempo e com reavaliações frequentes. Efeito placebo foi verificado em até 85% de pacientes adultos.

Drogas utilizadas no tratamento da tosse:
Mucolíticos – Produzindo fluidificação das secreções, facilitariam a expectoração, sem interferir no mecanismo da tosse.

Broncodilatadores – A melhora da sintomatologia após sua inalação sugere quadro de broncoespasmo, mas não permite o diagnóstico de asma.

Corticoides inalatórios – Podem ser indicados como terapia de prova nos casos crônicos em que se suspeita de asma e não foi possível realizar espirometria.

Antibióticos – Estão indicados quando existe evidência de infecção bacteriana, caracterizada pela presença de secreção purulenta. Podem ser indicados como terapia de prova nos quadros crônicos com suspeita de rinossinusopatia ou bronquite bacteriana.

Antitussígenos – A Academia Americana de Pediatria é contra a utilização de dextrometorfano e codeína, inclusive no tratamento da tosse seca, principalmente em pacientes de baixa idade, devido à significante mobilidade e mortalidade e a não evidência de sua eficácia em crianças.

Autora: Dra. Ana Maria Cocozza
Fonte: Baseado no texto da autora no livro Manual de Urgências e Emergências em Pediatria
Hospital Infantil Sabará – Ed. Sarvier



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