Arthur recebe alta após 60 dias de internação e volta para casa
O pequeno foi submetido à ECMO quando ainda estava em Salvador e veio para São Paulo de UTI área acompanhado pela equipe do Sabará
Durante a gestação, Sabrina Moreira Batista Silva Freire, mãe do pequeno Arthur Batista da Silva Freire, identificou que seu filho tinha fenda lábiopalatino. Mas não foi isso que a trouxe de Salvador para São Paulo – no Sabará Hospital Infantil – foi a falta de um diagnóstico preciso sobre a origem de uma hipertensão pulmonar identificada em seu filho logo após o nascimento e que os médicos não conseguiam detectar. Segundo Sabrina, “o tempo foi passando, nós contratamos diversos especialistas e eles não chegavam em um diagnóstico. Com isso, ele foi piorando, piorando, e a gente viu que o negócio não ia caminhar”. Ela lembra que pediu ajuda aos especialistas, com a indicação de hospitais considerados referência em São Paulo e com a ressalva de que gostaria de um pediátrico, foi quando conheceu o Sabará.
Arthur deu entrada no Hospital com 42 graus de febre. “Chegamos às 8 horas da manhã e três horas depois, às 11 horas, já tínhamos o diagnóstico. Ele tinha um canal cardíaco aberto, era pequeno, mas que estava causando impacto na saúde dele. Logo depois foi fechado e em 48 horas meu filho já estava com a hemodinâmica regular”, conta a mãe.
O pequeno ainda ficou mais um período internado, se recuperando dos danos colaterais ocasionados pela internação prolongada de quando ainda estava em Salvador. O tempo passou, Arthur apresentou uma boa recuperação e voltou para casa. Ele já estava indo para a escola, praia, passeios com a família e até andando a cavalo com o irmão, quando apareceu uma pneumonia. “Foi tudo muito rápido, ele não teve nem febre. Apresentou um desconforto respiratório em uma segunda à noite, na terça pela manhã levamos para a emergência e na terça à noite ele teve uma septicemia. Eu não tinha ideia do que era isso, desde quando saímos daqui do Sabará, com ele ainda bebê, nunca mais tinha vivenciado nada, nem uma gripe. Ele era uma criança muito saudável”, comenta Sabrina.
Os dias foram passando e o pequeno não apresentava melhora. “Ninguém me explicava direito o que era, só me diziam que era uma coisa muito grave”. Foi quando Sabrina lembrou que ainda tinha o contato da equipe do Sabará. Ela conta que era um sábado, estava desesperada em busca de ajuda e foi muito bem acolhida. “Todos foram fantásticos, sem palavras. Sou muito grata”.
Após contato com a família para entender o caso, uma equipe do Sabará viajou até Salvador com todos os equipamentos necessários para colocar o Arthur em ECMO e trazê-lo de UTI aérea para o Hospital. “Ele precisava da ECMO. Infelizmente não chegou antes por falta de informação de que ela existe e está disponível. Eu nunca ia esperar isso! Todo mundo largou tudo que estava fazendo em um sábado de Carnaval, eles entraram em um avião e foram salvar minha família”, conta Sabrina emocionada. “O Sabará foi incrível. Toda burocracia, toda falta de humanidade que a gente sente em hospitais, aqui não teve. Foi muito acolhimento que eu recebi”, completa.
Foto: Arthur dançando com parte da equipe
A ECMO funciona como um coração e um pulmão artificiais, usando um circuito de tubos, bomba, oxigenador e aquecedor que fica instalado fora do corpo do paciente. A Oxigenação da Membrana Extracorpórea (ECMO) é uma tecnologia sofisticada que salva vidas porque imita a função natural do coração e os pulmões, permitindo que o paciente poupe esses órgãos enquanto a cura acontece. Pode ser utilizada em pós-operatório de cirurgia cardíaca, doenças pulmonares graves, quadros de insuficiência cardíaca, trauma ou infecção grave, entre outros usos. O time de ECMO do Sabará Hospital Infantil é altamente especializado, com seus principais médicos e equipe treinados e certificados como ECMO Specialists pela ELSO (Extracorporeal Life Support Organization). Recentemente, o time recebeu o Prêmio ELSO de Excelência em Suporte Extracorpóreo de Vida – Prata, sendo reconhecido como o único Centro de Excelência em ECMO do Brasil.
Arthur ficou em ECMO por apenas cinco dias. Sabrina lembra que, em 2015, quando já estava indo embora de alta com o pequeno e passou por um leito com a porta aberta, viu muita gente no quarto, muitos equipamentos e isso chamou sua atenção. Ela conta que questionou o que eram todas aquelas máquinas, e então, foi quando ficou sabendo da existência da ECMO. “Me explicaram o que era, como funcionava aquele procedimento e quando era indicado. Agora, quatro anos depois, quando o Arthur teve a septicemia eu lembrei o que a médica tinha me explicado naquele dia e que poderia servir para o meu filho”, comenta Sabrina. “Se naquele momento a médica não tivesse me esclarecido aquilo que vi, eu nunca saberia. Os médicos lá não tinham conhecimento”, completa.
Ela também relata que o que chama muito sua atenção é o treinamento da equipe, mais do que toda a questão tecnológica envolvida e as instalações – “como é o caso da UTI, onde você consegue ter privacidade e isso faz uma diferença muito grande – são as medidas que sempre foram preventivas. Além da qualidade dos profissionais, desde a cuidadora que faz a limpeza do quarto até o cirurgião. Todos sempre muito disponíveis e educados. Tinha que ter um Sabará lá na Bahia, brinca Sabrina”.
Por fim, após 60 dias de internação, Arthur recebeu alta e voltou para casa, em Salvador, para seguir com a recuperação ao lado de toda sua família. “Se o acesso ao que ele precisava tivesse sido antes, talvez os danos colaterais seriam menores hoje. Mas graças a Deus ele está vivo e vai se recuperar. Ele está entendendo tudo e voltando a se movimentar. Já está reclamando, beliscando e até tentando arrancar os fios, brinca a mãe. Agora ele está bem!”, completa.
Saiba como está o Arthur atualmente
Dois meses depois da alta, Arthur passou pelo Sabará recentemente para retirada da traqueostomia e acompanhamento de rotina. E desta vez, a família volta para casa ainda mais confiante da recuperação integral do pequeno. “Meu filho está de volta”, comemora Sabrina.