Crianças que fazem uso demasiado de telas apresentam problemas oculares mais cedo
Crianças que fazem uso demasiado de telas apresentam problemas oculares mais cedo
No dia 10 de julho, em que chamamos a atenção para a saúde ocular, oftalmologista explica como cuidar da visão de crianças e adolescentes
Julho, 2023 – Comemorado no dia 10 de julho, o Dia da Saúde Ocular tem como objetivo alertar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico de doenças oculares que, se não tratadas de maneira correta, podem levar à perda da visão de longo prazo.
Um estudo recentemente publicado aponta que metade da população mundial será míope em 2050 e desta, um a cada 10 serão de alto grau, e, portanto, predispostas a complicações oculares bem como pelo risco de perda progressiva e irreversível da visão. Nos últimos dois anos estudos na população de crianças asiáticas mostraram cerca de 40 % de crescimento de miopia. Esse fator foi atribuído ao excesso de uso de telas e falta de atividades outdoor trazidos durante a pandemia do Covid 19.
De acordo com Dra. Patrícia Ferraz Mendes, oftalmologista e chefe da equipe de Oftalmologia do Sabará Hospital Infantil, além do surgimento da miopia, essa exposição às telas em excesso de atividades pode trazer outros danos à saúde ocular. “Crianças que ficam muito tempo em celulares, tablets ou atividades indoor estão em constante exposição ao fator de risco para o desenvolvimento da miopia patológica. Além do fato do uso de telas sem descanso também desencadearem sintomas como fadiga e sinais de olho seco severo pela falta do piscar”, explica a médica.
“Estima se que as taxas de desenvolvimento de miopia diminuam cerca de 2% cada hora adicional em atividades ao ar livre por semana em crianças que ainda não sejam míopes. Além disso, recomenda se que, a cada 40 minutos de uso de tela, haja uma pausa de 10 minutos” , complementa Dra. Patrícia.
Embora o uso faça parte da rotina, pais e responsáveis não devem fornecer telas as crianças com idade inferior a dois anos. Segundo a Academia Americana de Pediatria, entre dois e cinco anos, o uso destes dispositivos deve ser restringido a uma hora por dia, pois desenhos e jogos causam irritabilidade, agitação e outros prejuízos no desenvolvimento cognitivo e da linguagem.
A especialista explica que o ideal é a criança ser levada ao oftalmologista ainda no primeiro ano de vida. Com isso, caso seja identificada alguma alteração ocular, o tratamento é realizado de forma precoce, uma vez que, os primeiros sete anos de vida, são os mais importantes no desenvolvimento visual.
O primeiro teste ocular é feito ainda na maternidade. Chamado de Teste do Olhinho, esse exame mostra se há alguma dificuldade para que a luz passe pela retina e chegue ao cérebro. No entanto, o acompanhamento clínico deve ser realizado em todas as fases da vida:
- Entre 3 e 6 meses: para identificar possíveis dificuldades no desenvolvimento da visão e do olho ou problemas de má-formação;
- 1 ano de idade: essa consulta servirá para avaliar todo o primeiro ano de desenvolvimento da visão do bebê;
- Entre 2 e 3 anos de idade: também para identificar problemas de formação e desenvolvimento como estrabismo (conhecido como visão dupla, olho torto ou “vesguice”) e anisometropia (foco desigual entre os olhos);
- Entre 5 e 7 anos de idade: nesse período, o oftalmologista avaliará a existência dos problemas mais comuns como miopia, astigmatismo, hipermetropia, que podem ser uma barreira no desempenho escolar e na alfabetização;
- Entre 12 e 15 anos de idade: nessa idade é comum que a miopia, por exemplo, comece a dar sinais, se não houver se manifestado antes.
As principais doenças oculares entre crianças e adolescentes são os erros refracionais (miopia, astigmatismo, hipermetropia) ; ambliopia (olho preguiçoso); estrabismos (desvio ocular) e alergias oculares. Porém, o exame é importante também para exclusão de doenças mais raras como retinoblastoma e outros tumores, glaucomas e cataratas congênitos e da infância.
Os sinais que devem servir de alerta aos pais para abreviarem a ida à consulta oftalmológica são desde olhos vermelhos, prurido ocular, desvios oculares (estrabismo), fotossensibilidade ou “tiques” à luz, lacrimejamento excessivo, dificuldade para enxergar ou queixas de dores de cabeça.
O Departamento de Oftalmologia do Sabará Hospital Infantil reúne uma equipe de profissionais de retaguarda para realizar as avaliações e alguns procedimentos voltados para a saúde ocular infantil.
Sobre o Sabará Hospital Infantil
O Sabará Hospital Infantil, localizado na cidade de São Paulo, é referência no atendimento de crianças e adolescentes até 18 anos. É o primeiro Hospital exclusivamente pediátrico a conquistar acreditação pela Joint Comission International (JCI), um selo que assegura sua qualidade assistencial.
Fundado há mais de 60 anos, o Sabará Hospital Infantil opera segundo o modelo de hospitais infantis americanos, os Children’s Hospitals, baseado na expertise de alta complexidade em todas as especialidades pediátricas, que conta com uma equipe multiprofissional integrada de alta capacidade resolutiva na atenção à criança.
Com uma equipe médica e assistencial altamente capacitada e um parque tecnológico moderno e completo, a Instituição está preparada para a realização de partos, quando há necessidade de intervenção cirúrgica imediata ao nascimento, e transplantes renais.
Seu foco em pediatria permite que a Instituição não só conheça as mais diversas doenças infantis, como também garante a expertise no diagnóstico e tratamento de doenças simples às mais raras e de difícil interpretação diagnóstica.
Para transformar a experiência da criança internada, conta com o Programa Child Life, composto por especialistas em desenvolvimento infantil. Por meio de atividades lúdicas, os profissionais se comunicam com a criança de acordo com seu desenvolvimento de linguagem e compreensão de mundo, facilitando, assim o seguimento do tratamento.
Sabará Hospital Infantil
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