Meu filho é muito baixinho!
Constatar que uma criança está baixinha perto dos colegas da mesma idade pode ser preocupante para os pais, mas não significa necessariamente que algo vai errado. Quem vai dizer se o crescimento está ou não adequado, é o pediatra. Por isso, o acompanhamento com o médico é fundamental.
Avaliando a criança rotineiramente, o pediatra consegue acompanhar de perto qualquer alteração na velocidade de crescimento, um dos fatores mais importantes para definir a estatura final quando adulto.
Uma ferramenta importante para essa avaliação é a curva de crescimento. Além de colocar a criança num cenário de altura esperada para a faixa etária, o objetivo é traçar sua linha de crescimento e perceber qualquer queda no padrão. Se a criança estava seguindo uma linha e sai dela, para baixo, é sinal de que a velocidade de crescimento está abaixo do esperado. Neste caso, deve-se fazer uma investigação dirigida para a causa do problema.
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Crescimento abaixo do esperado
“O crescimento da criança é resultado de uma conjunção de fatores que precisam estar indo bem”, explica o endocrinopediatra do Sabará, Dr. Felipe Lora.
A questão principal pode ser a nutrição – alimentação insuficiente ou alguma doença que impeça o organismo de absorver os nutrientes necessários; pode ser hormonal – problemas nas diversas glândulas do corpo como a hipófise (produtora do hormônio de crescimento), a tireóide, a adrenal ou as glândulas sexuais; e pode ser ainda genético, por uma doença sindrômica ou pequenas variações pouco conhecidas.
Tratamento
Se o baixo crescimento for constatado, o pediatra deverá encaminhar a criança para um especialista. Quem cuida desses casos é o endocrinopediatra, que provavelmente solicitará exames para elucidar o diagnóstico.
Podem ser necessários testes que comprovem se a criança é capaz ou não de produzir o hormônio de crescimento em quantidade suficiente. Também é comum ser solicitado um Raio X de idade óssea para avaliar a evolução do crescimento. Outro exame que pode ser necessário é uma ressonância magnética da hipófise, já que esta pode estar alterada levando à falta do hormônio.
“O tratamento requer a retirada da causa que está atrapalhando o crescimento. Às vezes isso é possível através do controle de uma doença pediátrica geral. Mas na ausência desses fatores, o tratamento endocrinológico para crescer é o uso noturno diário do hormônio de crescimento”, explica o Dr. Felipe Lora.
Dependendo da indicação e da idade do paciente, quanto antes o tratamento for iniciado, melhor. Conforme a criança vai chegando mais perto da puberdade, o tempo para o tratamento vai se esgotando. Quando os hormônios sexuais (testosterona no menino e estrógeno na menina) começam a circular no sangue, a tendência das cartilagens de crescimento que se encontram nos ossos é irem fechando, até que não seja mais possível ganhar altura.