Afogamento
Num país como o nosso, onde a temperatura é amena ou quente boa parte do ano e existem muitos rios volumosos, represas, lagos, lagoas, praias — além de que, hoje em dia, as piscinas estão em muitos lugares, como parques, clubes, condomínios e casas –, o cuidado com as crianças que frequentam esses locais deve ser reforçado.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, em 2005, 1.496 crianças de até 14 anos morreram vítimas de afogamentos, sendo esta a segunda causa de morte e a oitava de hospitalização por acidentes na faixa etária de 1 a 14 anos.
É importante salientar que os perigos estão em ambientes familiares, tais como piscinas, baldes, banheiras e poços – não apenas nas águas abertas, como mares, represas e rios. Para uma criança que está começando a andar, por exemplo, três dedos de água representam um grande risco.
Outro fator que contribui para que o afogamento seja um dos acidentes mais letais para crianças e adolescentes é que acontece de forma rápida e silenciosa.
Vamos imaginar um banho de banheira de um bebê: o pequeno intervalo para se virar para pegar uma toalha é suficiente para que uma criança fique submersa na banheira. Se você se afastar por 2 minutos para atender um telefone, isso pode ser o bastante para a criança perder a consciência. Se você demorar mais do que 4 minutos, a lesão cerebral pode ser permanente.
Como proteger uma criança de um afogamento
- Esvaziar baldes, banheiras e piscinas infantis depois do uso e guardá-los sempre virados para baixo e longe do alcance das crianças.
- Despejar a água antes de retirar a criança da banheira e esconder a tampa da banheira, de modo que a criança não possa preparar seu próprio banho.
- Nunca deixar uma criança com menos de 3 anos sozinha na banheira, mesmo que ela já consiga ficar sentada. Durante o banho, não atender o telefone nem a porta.
- Conservar a tampa do vaso sanitário fechada, se possível lacrada com algum dispositivo de segurança “à prova de crianças” – ou a porta do banheiro trancada.
- Manter cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos trancados ou com alguma proteção que não permita “mergulhos”.
- Piscinas devem ser protegidas com cercas de, no mínimo, 1,5 metro de altura, que não possam ser escaladas, e portões com cadeados ou trava de segurança para dificultar o acesso dos pequenos.
- Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes. Esses recursos devem ser usados em conjunto com as cercas e a constante supervisão dos adultos.
- Grande parte dos afogamentos com bebês acontece em banheiras. Na faixa etária até 2 anos, até vasos sanitários e baldes podem ser perigosos. Nunca deixe as crianças sem vigilância, próximas a pias, vasos sanitários, banheiras, baldes e recipientes com água.
- Evitar brinquedos e outros atrativos próximos a piscinas e reservatórios de água.
Algumas características do desenvolvimento contribuem para que crianças pequenas fiquem mais vulneráveis a afogamentos, tais como:
- Diferentemente dos adultos, as partes mais pesadas do corpo da criança pequena são a cabeça e os membros superiores. Por isso, elas perdem facilmente o equilíbrio ao se inclinarem para a frente e, consequentemente, podem se afogar em baldes ou privadas abertas.
- O processo de afogamento é acelerado pela massa corporal do indivíduo.
- Não tem maturidade nem experiência para sair de uma situação de emergência.
- Boa parte das crianças que se afogam em piscinas está em casa, sob o cuidado dos pais. Um mero descuido deles basta para que ocorra um afogamento.
Fontes:
- Criança Segura e APSI (Associação para a Promoção de Segurança Infantil), Portugal
- Criança Segura é uma organização não-governamental sem fins lucrativos, que tem como missão promover a prevenção de acidentes com crianças e adolescentes até 14 anos. http://criancasegura.org.br
- Aliança Europeia de Segurança Infantil
- TIPP – Programa de Prevenção de Lesões (Copyright © 1994 Academia Americana de Pediatria revista 09/05)
- zonaderisco.blogspot.com
Observação:
O afogamento caracteriza-se pela falta de oxigênio no sangue (hipoxemia), que afeta todos os órgãos e tecidos. A intensidade da hipoxemia é determinada pelo tempo em que a pessoa fica submersa, pela quantidade e tipo de líquido que é aspirado para dentro do pulmão e pela resistência individual de cada afogado. A duração da submersão é fundamental, porque a quantidade de oxigênio nos vasos sanguíneos vai caindo (exponencialmente) durante a asfixia. O período máximo de submersão, antes de ocorrer lesão irreversível, é incerto, mas, provavelmente, fica entre os 3 os 5 minutos.
Tratamento
Ressuscitação Cardiopulmonar (PCR)
A RCP é realizada para fornecer ar rico em oxigênio aos órgãos vitais do corpo. Isso pode incluir dar respirações de resgate ou realizar compressões torácicas. Em pessoas totalmente inconscientes e em mergulhadores, a cabeça e o pescoço devem ser apoiados em caso de lesões na coluna vertebral.Tratamentos Térmicos
Isso é feito se o corpo tiver esfriado por estar em água fria. Isso pode ser feito lentamente para evitar mais danos ao corpo.Intubação endotraqueal
Um tubo estreito é colocado nas grandes vias aéreas dos pulmões para permitir a respiração mecânica.Direitos autorais © Nucleus Medical Media, Inc.