Anafilaxia
Reação sistêmica grave, súbita e potencialmente fatal, decorrente da liberação de mediadores inflamatórios, desencadeada após exposição a uma substância à qual o indivíduo é suscetível. Ocorre em cerca de 1-3:10.000 habitantes.
Classicamente, a reação anafilática é mediada por imunoglobulina e após exposição a alérgenos (coisas que causam a alergia). Mas existem também outros mecanismos imunológicos envolvidos e reações não-imunológicas (reações anafilactoides). Na prática, a apresentação clínica e o tratamento são os mesmos, independentemente do mecanismo envolvido.
Em pediatria, a maior causa é a alergia alimentar, e os principais alimentos envolvidos são: leite, ovo, trigo, amendoim, peixes e crustáceos. Outros agentes: medicamentos (antibióticos, analgésicos, anti-inflamatórios, insulina), látex, insetos, extratos alergênicos para testes alérgicos e imunoterapia.
Alguns fatores estão relacionados com maior risco de anafilaxia:
- Sexo masculino na infância e sexo feminino em adultos.
- Administração (parenteral, injetável) da droga também relacionada com o aumento da frequência e da gravidade da reação.
- Atopia (fator de risco para os casos de antígenos ingeridos, alergia ao látex, reação a radiocontraste).
- Os sintomas são imediatos e surgem, em geral, de 1 a 30 minutos após a exposição ao alérgenos, podendo variar quanto à intensidade.
- Cutâneo: rubor, prurido, urticária, angioedema (inchaço)
- Oral: prurido, edema de lábios e língua, gosto metálico
- Nasal: prurido, rinorreia, espirros, congestão
- Respiratório: edema laríngeo, disfonia, opressão torácica, dispneia, sibilância, tosse
- Cardiovascular: síncope, dor torácica, hipotensão e arritmia
- Gastrintestinal: disfagia, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia
- Outros: sensação de morte iminente, sudorese, contrações uterinas e incontinência
Autoras: Dra. Andrea Penha Rocha, Dra. Alessandra Miramontes Lima e Dra. Fátima Rodrigues Fernandes
Fonte: Baseado no texto da autoras no livro Manual de Urgências e Emergências em Pediatria
Hospital Infantil Sabará – Ed. Sarvier
Tratamento
- Injeções de epinefrina (adrenalina): faz com que os vasos sanguíneos se contraiam, relaxe as vias aéreas, pare de comichão e urticária e alivia as cãibras gastrointestinais
- Outros medicamentos: corticosteróides e anti-histamínicos podem ser administrados após a epinefrina para reduzir a inflamação e melhorar a respiração.
- Broncodilatadores: para melhorar a respiração
- Fluidos intravenosos: para manter a pressão arterial
- Oxigênio
- Ressuscitação cardiopulmonar (RCP): pode ser necessária para casos graves em que a anafilaxia causa colapso cardiovascular. A anafilaxia grave pode exigir ventilação mecânica até que a inflamação seja controlada.