Sarampo
Etiologia
Vírus do gênero Morbillivirus, da família Paramyxoviridae.
Epidemiologia
O homem é o único hospedeiro natural do vírus.
O contágio se faz por contato direto, por meio de gotículas infectadas.
A doença ocorre mais frequentemente no inverno e na primavera. É doença de baixa incidência atualmente, devido ao sucesso dos planos de vacinação, mas bem conhecida, pois, quando presente, pode se apresentar como doença extremamente grave.
O paciente é contagioso de 1 a 2 dias antes do aparecimento dos sintomas gerais (3-5 dias antes do exantema) e até 4 dias após o aparecimento do exantema.
O período de incubação é de, geralmente, 8 a 12 dias.
Quadro clínico
É doença aguda, altamente contagiosa, caracterizada por febre alta, tosse, coriza, conjuntivite, exantema maculopapular eritematoso e enantema patognomônico (manchas de Koplic, que aparecem antes da manifestação cutânea).
Complicações podem ocorrer, principalmente em crianças menores, tais como otite média, broncopneumonia, laringotraqueobronquite e diarreia.
Encefalite aguda, com frequente dano cerebral permanente, ocorre em 1 em cada 100 casos da doença. Óbito ocorre entre 1 e 3 casos em cada 1.000 (números dos EUA).
Diagnóstico
Predominantemente clínico, porém, nos dias atuais, em nosso país, devido ao sucesso da vacina, muitos médicos nunca estiveram diante de um paciente com sarampo, o que pode acarretar dificuldade no reconhecimento da doença.
A sorologia deve ser solicitada (IgM e IgG), mas a sensibilidade do teste IgM pode ser pequena nas primeiras 72 horas do exantema, devendo este ser repetido no caso de equadro exantemático de duração mais prolongada e forte suspeita diagnóstica da doença. IgM para sarampo pode ser detectado por pelo menos um mês após o aparecimento do exantema.
O sarampo é doença de notificação compulsória. Sua suspeita deve ser imediatamente informada, mesmo antes de resultados sorológicos, para que medidas epidemiológicas possam ser tomadas.
Tratamento
É doença autolimitada. Não existe tratamento antiviral específico.
Administração de vitamina A é recomendada, dada sua associação com menor morbidade e mortalidade nos pacientes acometidos. A dose preconizada é de 100.000U por dois dias para crianças de 6 meses a 1 ano de idade, e de 200.000U por dois dias para crianças a partir de 1 ano.
Isolamento
Indicado por 4 dias após o aparecimento do exantema.
Profilaxia
A vacina está indicada a partir dos 12 meses de vida (tríplice viral), com uma dose de reforço aos 4-6 anos de idade.
Está indicada vacinação em suscetíveis expostos à doença, até 72 horas da exposição, o que pode abortar a viremia no período de incubação. Após esse período, pode-se aplicar a gamaglobulina humana, na dose de 0,25ml/kg (máximo de 15ml), até o sexto dia de exposição. Crianças imunocomprometidas devem receber 0,5ml/kg (máximo de 15ml).,
As contraindicações à vacinação são leucemia, linfomas, outras doenças malignas, deficiência de imunidade celular, imunossupressão, doenças febris graves, tuberculose não tratada e gravidez.