Síndrome Nefrótica - Hospital Sabará
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Síndrome Nefrótica

A síndrome nefrótica caracteriza-se pela alteração na permeabilidade da membrana glomerular, resultando em perda de proteína maciça, hipoalbuminemia e edema generalizado (inchaço).

Apesar de a síndrome nefrótica estar associada a muitas doenças renais, sua forma mais comum na infância (cerca de 90%) é a Síndrome Nefrótica Primária ou Idiopática (SNI), que se desenvolve na ausência de sintomas de nefrite (hipertensão arterial e hematúria macroscópica) e na ausência de doença primária extrarrenal, sendo que 80% são do tipo Síndrome Nefrótica por Lesões Mínimas (SNLM).

A SNLM é mais frequente em meninos do que em meninas (3:2), o primeiro episódio ocorre entre 2 e 6 anos de idade, com pico no terceiro ano de vida, e tem incidência entre 2 a 7 casos por 100 mil crianças por ano.

Quadro clínico

  • Edema (inchaço). Principal manifestação clínica da síndrome nefrótica
  • Hipovolemia. Pode apresentar sintomas inespecíficos em crianças pequenas, com dor abdominal e náuseas por vasoconstrição, taquicardia e extremidades frias. A pressão arterial geralmente é normal ou um pouco elevada pela vasoconstrição sistêmica. A hipotensão geralmente está presente quando a hipovolemia é grave, necessitando reanimação fluídica.
  • Infecção. Pode ser viral, acometendo principalmente as vias aéreas superiores. O Streptococcus pneumoniae é o agente mais frequente das infecções em nefróticos, como a peritonite bacteriana espontânea, celulites e septicemia.
  • Fenômenos tromboembólicos. A síndrome nefrótica aumenta o risco de trombose, por perda urinária de proteínas reguladoras da coagulação.
  • Oligúria e insuficiência renal aguda (urinar muito pouco). É secundária à hipovolemia.

Prognóstico
Ao redor de 60% a 80% das crianças com síndrome nefrótica corticossensível apresentará um ou mais episódios de descompensação, e 60% delas terão mais de 5 episódios de recaída. Para essas crianças, o prognóstico a longo prazo é geralmente bom, e a maioria das crianças diminui o número de recaídas com o passar dos anos. Já para pacientes com síndrome nefrótica refratária ao tratamento, a progressão para a doença renal crônica é inevitável.

Autoras: Dra.Ana Paula Brecheret, Dra. Maria Cristina de Andrade e Dra. Anelise Del Vecchio Gessullo
Fonte: Baseado no texto das autoras no livro Manual de Urgências e Emergências em Pediatria
Hospital Infantil Sabará – Ed. Sarvier



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